Soft Skill - Pensamento critico
- Marília Carvalho
- 24 de mai. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 27 de mai. de 2021
Vamos falar hoje sobre uma soft skill extremamente importante, o Pensamento crítico!
Ainda ouve-se muitas pessoas associando a característica de ser crítico como algo negativo, mas como já falamos por aqui, nenhuma emoção/sentimento/adjetivo deve ser estigmatizado como ruim ou bom, pois depende de muitos fatores, do contexto, etc.
Uma pessoa crítica que usa com inteligência essa característica e desenvolve esse dom de questionar, de pensar além, de não aceitar o óbvio, o superficial, pode construir caminhos novos que ainda não foram explorados, com argumentos embasados, e com isso, ter uma assertividade muito maior e conseguir respostas muito mais completas para a solução dos problemas. Por outro lado, o criticar por criticar, de forma vazia e sem propósito pelo simples objetivo de questionar não traz benefícios e realmente dá lugar para um ambiente chato e negativo.
Portanto, falando da soft skill tão essencial para o novo momento do trabalho, o pensamento crítico. O que é essa habilidade?
Segundo definição da FIA, o pensamento crítico é uma avaliação voluntária diante de um fato, comentário, experiência ou conteúdo, que usa argumentos para determinar uma resposta diante desse estímulo.

Ou seja, o pensar de modo crítico envolve uma observação inicial, seguida por um julgamento diante de um cenário ao qual se depara.

No entanto, esse julgamento não é realizado automaticamente ou de maneira impulsiva.
Ele procura por referências, motivos e argumentos que sustentem a resposta adotada.
O pensamento crítico é uma habilidade fundamental na formação de cidadãos mais conscientes, oferecendo suporte para a tomada de decisões equilibradas e assertivas. Por tais características, ele se torna cada dia mais desejável, especialmente na esfera profissional. Indivíduos que desenvolvem o pensamento crítico ganham autonomia e agregam benefícios para a sua atividade, assim como aos colegas, departamento ou empresa.
É importante também lembrar que esse pensamento pode e deve ser estimulado. Quanto mais exercitamos essa habilidade, mais conseguimos torná-la um hábito. Segundo Paulo Freire, é possível através da Educação, inclusive, formar pessoas capazes de pensar de forma crítica e assim, exercer o que ele chama de pensamento crítico reflexivo.

Se desenvolvermos essa habilidade em nós mesmos, seremos capazes de refletir e garantir um entorno, um ambiente favorável para o desenvolvimento desses novos caminhos oriundos do questionar, argumentar, do considerar várias perspectivas para chegar na melhor solução. O famoso divergir para convergir!
Conforme explica artigo, assinado pelos educadores Guilherme Brambatti Guzzo e Valderez Marina do Rosário Lima, o pensamento crítico tem dois pilares distintos.
Artigo completo disponível AQUI.
O primeiro consiste em competências cognitivas – capacidade de análise, comparação, empatia, etc. – que permitem a avaliação e julgamento de um tema, fato, experiência ou conteúdo.
O segundo, chamado de “espírito crítico”, está ligado a inclinações e comportamentos que levam alguém a elaborar as ideias para, então, agir de acordo com fundamentos bem estabelecidos.
Então, podemos dizer que o pensamento crítico começa logo depois de uma observação, quando imagens, conceitos, sons ou sensações são experimentados.
Em seguida, o indivíduo os questiona (através de sua capacidade cognitiva) e submete a um julgamento (aplicando o espírito crítico) para saber como ele deve responder a esses estímulos.
As competências cognitivas, podemos estimular de diferentes maneiras. Existem ferramentas e metodologias que podem ajudar nesse processo.

Um exemplo é a metodologia do Lean Six Sigma que se apropria de várias ferramentas que usam esse divergir para convergir, ou seja, antes de chegar em uma resposta a um problema, devemos abrir as várias hipóteses e possibilidades para serem experimentadas para, então, chegar nas melhores soluções.
Outra metodologia bem eficaz para esse estímulo é o Design Thinking. Através do olhar desenvolvido para pensar em soluções, o método passa por considerar essas várias possibilidades e de uma forma aplicada, prática, prototipar e experimentar para chegar, então, nas melhores e mais inovadoras soluções.


Fazer atividades “simples” que estimulam a busca por respostas como Palavra cruzada, Sudoku, jogos de lógica em geral, também ajudam muito esse lado de desenvolvimento cognitivo.
Já para desenvolver o espírito crítico, devemos ir além desse estímulo em nós mesmos do poder de questionar, analisar, é preciso expandir para usar todo esse conteúdo para estimular o filtro do considerar vários pontos de vista antes de tomadas de decisão.
Ou seja, só ter habilidade analítica e saber da existência das ferramentas e da importância de divergir para convergir não é suficiente para desenhar uma estratégia de agir com pensamento crítico. Para isso, é preciso uma abordagem questionadora, inconformada, proativa, racional e que favorece a formação de novas conexões.
O hábito de priorizar perguntas, mesmo que elas não tenham respostas, é uma das características mais marcantes de um pensador crítico. Esse comportamento nasce da perspectiva de que tudo está em constante mudança e construção, e que sempre há coisas novas para aprender.

O inconformismo estimula o pensamento crítico, já que analisar criticamente implica em admitir que, por vezes, é útil, ou até necessário, mudar seu ponto de vista.
Para desenvolver a habilidade de pensamento crítico, portanto, além de investir no desenvolvimento cognitivo do poder analítico, a minha dica é tornar um hábito o perguntar de forma assertiva os porquês até que se obtenha justificativas e soluções suficientemente robustas para as situações e problemas do dia-a-dia.
E criando em cada um esse hábito e utilizando-nos do pensamento crítico reflexivo, certamente teremos não só seres humanos, mas uma sociedade, um mundo realmente mais eficaz, consciente e embasado.
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